domingo, 14 de outubro de 2012

Movimento Soul leva alegria à locais de Belo Horizonte.

Batida da Black Music conquista cada vez mais adeptos e movimento sobrevive da persistência de seus integrantes.



O ritmo contagiante, a dança alegre e o visual despojado chamam a atenção de quem passa por algum lugar de Belo Horizonte e se depara com uma reunião do Movimento Soul BH. 
Com seus ternos, seus penteados irreverentes e sapatos bicolores os adeptos do movimento fazem de endereços do grande centro urbano um lugar de resgate e manutenção da Soul Music. 
Surgido no fim da década de 50 e início de 60, em uma sociedade norte-americana com forte traço de discriminação racial, o Soul mistura rhythm and blues e música gospel, trazendo em suas composições tanto letras que falavam de amor quanto representações do cotidiano dos negros e a luta por igualdade racial e diversas outras questões sociais, como a negação às guerras. Com o tempo, o termo Soul passou a ser utilizado para se referir à todo e qualquer movimento ou manifestação cultural afro-americana. Dentre os representantes da Soul Music destacam-se nomes como Solomon Burke, Aretha Franklin, e, é claro, James Brown.
No Brasil, o movimento Soul desembarcou na década de 70, principalmente em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, o ritmo foi perdendo a adesão que se notava durante a década de chegada ao país e a seguinte. No entanto, há cerca de seis anos essa cultura vem sendo resgatada com ações que buscam manter viva a alegria do Soul. 
Criado pelo funcionário público e dançarino Walter Pinheiro, o Walter Soul, o Movimento Soul BH é uma dessas ações e visa manter viva a cultura Soul através da conscientização da juventude sobre o movimento. "Eu criei o movimento Soul BH com o intuito de resgatar isso, porque a gente não é eterno aqui. Então, para agente resgatar a cultura, agente tem que resgatar o jovem, se agente não conseguir isso o movimento vai acabar novamente", diz Walter. Para o coordenador do Movimento Soul BH, o resultado da tentativa de resgate da cultura já pode ser notado. "A adesão ( à Soul Music) em Minas é a maior. Minas Gerais, Belo Horizonte é o carro chefe do Soul no Brasil".
Todo o segundo domingo de cada mês, de 16 às 22 horas, o grupo se reúne na Praça do Cardoso, no bairro Serra, região Centro-sul da capital. Agora é possível também acompanhar apresentações na Praça 7, no hipercentro de Belo Horizonte. Numa breve observação da praça é possível se ter ideia do poder contagiante do ritmo, quando um universo diversificado de pessoas representa várias cores, classes sociais, enfim, um ambiente democrático, que prega a diversão longe das drogas, como conta Walter Soul.
Descaso. Atualmente, o Movimento Soul BH se mantem com o esforço de seus organizadores e integrantes. A maior parte dos custos das apresentações é arcada por eles. Os gastos vão desde a vestimenta até despesas com transporte e aluguel de equipamento de som. O apoio governamental é quase inexistente, como afirma Walter Soul. "A prefeitura praticamente não apoia. É uma briga para se conseguir alvará. Conseguimos porque é direito nosso, de todo brasileiro. Eles tentam barrar, mas agente briga e consegue. Mas apoio e verba, nada. Agente aluga som, faz banner, faz cartaz, tudo com o dinheiro do próprio bolso".
Diante da ineficácia do poder público em manter tradições culturais, Walter procura maneiras para não deixar que o Soul caia de novo em esquecimento na capital mineira. Para isso, ele busca apoio nas faculdades, onde acredita estarem os maiores parceiros para divulgação e preservação do Movimento . 

CONFIRA O VÍDEO. AQUI. 

DE: Jornalismo Alternativo.

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